quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre a Felicidade

Segundo Aristóteles a Felicidade é o Bem Supremo, ou seja, é a melhor coisa que podemos alcançar na vida. Muitos pensadores compartilham dessa opinião, mas nem todos. Segundo Schopenhauer, o mundo é um inferno e os homens são os demônios uns dos outros (frase adaptada), a felicidade é uma quimera, só a dor é positiva, e, por isso, o ser humano está fadado ao sofrimento. Compartilho da opinião de Schopenhauer e da de Aristóteles. Mas como conciliar pensamentos tão diferentes? É bastante simples: a Felicidade é uma ilusão, uma doce ilusão, mas nada mais que isso. O ser humano passa a vida toda buscando por ela, por vezes acredita ter encontrado, mas a miragem se desfaz e ele se vê novamente num inferno pior que o de antes. A Felicidade é o bem mais valioso, quem a tem está muito bem, mas não passa de uma ilusão, uma quimera.

A felicidade tem um mecanismo muito parecido com o sentimento religioso. Se eu acredito fortemente em um Deus todo-poderoso que me ama, é meu criador e me levará para um lugar infinitamente melhor que esse após a minha morte, de fato, vou ter a impressão de que ele existe e poderei até ter visões de que ele fala comigo, poderei me curar de algumas doenças sem explicação aparente e até viver mais que o esperado. Mas, para mim, isso não passa de uma ilusão. A Felicidade sempre parece estar muito próxima daqueles que acreditam em sua existência, mas porquê? Quanto mais eu acredito que sou feliz, mais feliz eu sou. Os mártires que o digam: morrem sob os piores sofrimentos, mas morrem felizes. Eu diria que a Felicidade é um processo mental, um mecanismo da natureza para tornar o ser humano mais resistente. Porque é que pessoas paupérrimas podem ser mais felizes que milionários bem sucedidos? Ora, porque elas acreditam na sua felicidade! 

Conclusão: a vida é aquilo que você acredita que ela é. Dor, doenças, mutilações, desgraças e muitas coisas horríveis estão aí esperando por você, mas você tem um mecanismo de fuga. Alguns enchem os bolsos de líderes religiosos com o dízimo, outros criam seus próprios contos de fadas. Você não precisa ignorar a realidade do mundo, nem ignorar suas agradáveis ilusões, basta saber distinguir as duas coisas.

Há muitos pontos que poderiam ser melhor desenvolvidos sobre esse assunto, mas por hora fica como nota.

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